Página 8 - EBSNews-Ed.3

Versão HTML básica

08
Desburocratização já!
As empresas de serviços contábeis buscam a melhoria contínua de sua classe se
informatizando. De outro lado, temos o Governo, implementando mais obrigações acessórias
face à informatização. A cada obrigação criada pelo Fisco, o tempo dos contabilistas fica
mais escasso. Na prática vemos muitas turbulências neste processo e fica para entidades
representativas a difícil tarefa de negociar com o Governo.
EBS News
- Você tem uma sólida carreira na área de contabilidade e está à frente do
Sindicato dos Contabilistas de Curitiba. Esta bagagem te coloca em alto nível de visibilidade.
Como você lida com isto e que características devem ser cultivadas no profissional de
contabilidade?
Narciso Doro
- Sempre numa linha plena de ação e responsabilidade, o profissional da
contabilidade dessa nova era, acredito que deva andar sobre fortes processos estruturantes,
para fortalecer as principais características desse novo tempo, dos quais penso que o
autoconhecimento seja a chave para o sucesso.
EBS News
- Em alguns de seus artigos, como “Pode o contribuinte ser parceiro do Fisco”,
“Pelo fim das filas e burocracias inúteis” e “Brasileiro ainda não se preocupa com o Leão”,
percebe-se um sentimento de inconformismo com a situação atual do brasileiro e a maneira
como ele encara o governo. Onde entra o contador neste meio e o que ele pode fazer para
desempenhar um papel mais ativo na equiparação deste cabo de guerra entre contribuinte
e governo?
Narciso Doro
- Estamos trabalhando a revitalização do projeto Código de Defesa do
Contribuinte (Federal), a classe contábil deverá começar a se mobilizar com esse tema e por
que não pensar em um Código de Defesa do Contador? Para nós, profissionais da contabilidade
é interessante que a relação Fisco x contribuinte seja de respeito mútuo, porque o papel do
contabilista é contabilizar e não solucionar deficiências fiscalizatórias existentes em nosso
país, pois sabemos hoje que 97% dos créditos tributários do Fisco são levantados graças à
mão de obra gratuita dos contabilistas através da epidemia de declarações elaboradas pelos
contabilistas do Brasil.
EBS News
- Como você vê o sistema tributário no Brasil?
Narciso Doro
- Absolutamente complexo e de difícil solução. O País corre na contra mão,
pois não há como falar em reforma tributária se não antes falarmos em reforma política,
creio que é na política que nasce os interesses arrecadatórios intensos, pois sabemos que
essa arrecadação gigante não tem contrapartida com os principais direitos sociais de uma
nação: Educação, saúde e segurança.
EBS News
- Onde o governo falha?
Narcido Doro
- No assistencialismo interesseiro, no toma lá da cá, com exceção é claro na
Casa Civil, pudemos ver e sentir na prática o que representa o profissionalismo da Ministra
Gleisi Hoffmann, que transformou a Casa Civil, que é o coração de um governo.
Compartilhe:
FORMADORES DE OPINIÃO